Você já parou para pensar o quanto o voluntariado pode mudar a vida das pessoas? É a partir de um programa de voluntariado que a jovem norte-americana Eileen Quigley gosta de começar a sua história. Quando era estudante de engenharia civil, participou de um programa chamado Jesuit Volunteer Corps, que leva jovens dos Estados Unidos a viverem por um ano com comunidades em situação de vulnerabilidade social.

 “Eu prestei um ano de serviços em Phoenix, onde ajudei na gestão de um abrigo de famílias moradoras de rua”, conta Eileen. Mas não foi só o contato com outras realidades que mudou a sua vida, mas também a forma como os jovens viviam interferiu totalmente nas decisões que Eileen tomou para o seu futuro. “O aspecto mais especial dessa experiência é que vivíamos em uma casa compartilhada e dividíamos tudo, nossa comida, nosso dinheiro. Isso me ensinou a focar no que realmente importa”, conta. “Quando voltei para casa e me deparei com a vida que tinha, numa boa casa, com um carro, eu me perguntei: eu preciso mesmo dessas coisas?”

Eileen voltou para o curso de engenharia com outro olhar. Focou no tema de edifícios verdes e emendou uma graduação em gestão sustentável. O esforço lhe rendeu um emprego na Natural Resources Defense Council – NRDC, organização criada na década de 1970 por advogados especializados em grandes crimes ambientais. Dividido em programas que envolvem temas como água, lixo, alimentação e energia, a NRDC está em seis escritórios espalhados pelos Estados Unidos e um em Pequim.

O trabalho de Eileen é administrar as reformas dos escritórios, garantir que eles sejam ambientalmente corretos e que conquistem certificações ambientais. “O meu trabalho é garantir que estamos vivendo a nossa missão”, conta. A jovem engenheira já coordenou quatro reformas que garantiram redução no consumo de energia e água e, também, a conquista de algumas das certificações mais renomadas do mundo. “Nós escolhemos cada material a ser usado nas reformas para garantir que nada tenha produtos tóxicos”, explica.

Mas o trabalho dela não se limita somente a coordenar reformas. Eileen adora estudar dados. Ela mergulha diariamente nos dados sobre o consumo da NRDC e pesquisa como os mais de 500 colaboradores da organização podem ajudar a reduzir a sua pegada de carbono.

 “Quando a gente fala de construções sustentáveis, pensamos muito no preço alto dos materiais. Mas existe um valor que ninguém leva em conta, que é o valor humano. Pessoas são mais caras do que tudo isso. Eu quero entender como a gente faz para as pessoas estarem mais felizes e mais saudáveis dentro do ambiente de trabalho que criamos para elas.”

Para Eileen a produtividade das pessoas deveria ser a verdadeira medida no mundo das construções verdes. “Nós passamos quase 40% do nosso tempo de vida no trabalho. Por que, então, não criamos ambientes mais saudáveis e agradáveis para as pessoas se sentirem bem enquanto trabalham?”, questiona.

Como tantas provocações na cabeça, Eileen quer ajudar outros jovens a continuarem o seu trabalho. Ela se imagina envolvida com a educação, para garantir que novos engenheiros civis se preocupem não só com as certificações ambientais, mas com as pessoas. Além disso, ela garante que é bom se engajar com questões ambientais porque “ambientalistas são as pessoas com os corações mais genuínas e completos.”

 

Este conteúdo faz parte do projeto “Ela é quente”, idealizado e cedido ao Believe.Earth pela jornalista e educadora ambiental Evelyn Araripe. O projeto narra histórias inspiradoras de mulheres, de diferentes partes do mundo, que estão engajadas em ajudar a enfrentar as mudanças climáticas.