Paris, dezembro de 2015. Um grupo de jovens latino-americanos conversa em um vagão de metrô. Entre eles está Paulina Sanchez Espinoza que comenta saber cantar uma música brasileira. Os demais pedem para que ela cante. E então a jovem mexicana de 21 anos solta a voz para entoar a música Oração, do grupo “A Banda mais Bonita da Cidade”. Paulina consegue ganhar a atenção de todo o vagão. Sua voz doce, limpa, encantadora faz qualquer pessoa acreditar ter ali uma cantora profissional. Ao ponto que um passageiro francês se dirige a ela para dar uma moeda, pensando que ela arriscava ganhar uns trocados no metrô com a sua bela voz.

Mas Paulina não é cantora e não estava em Paris para ganhar trocados no metrô. Paulina é uma jovem ativista que foi a Paris para participar da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP21) e chamar a atenção dos governos sobre o papel das crianças e dos jovens nesses espaços.

A história dessa jovem começou cinco anos antes, em 2010, quando a sua cidade natal, Cancún, foi sede de uma das edições da COP. Foi lá, aos 14 anos, que Paulina assistiu a uma palestra do também adolescente Felix Finkbeiner, jovem alemão que ainda criança criou a ONG Plant for the Planet com o intuito de envolver crianças no plantio de árvores para compensar as emissões de CO2 do planeta. “Eu fui totalmente capturada pela iniciativa da Plant for the Planet, totalmente inspirada por aquele projeto e naquele momento eu me levantei e disse que seria parte disso”, conta.

Desde então, Paulina percorreu escolas de sua cidade promovendo palestras, workshops e plantios de árvores com crianças, que na sequência tornaram-se embaixadoras da justiça climática e assumiram o mesmo compromisso que Paulina assumiu aos 14 anos. O empenho da jovem ativista foi reconhecido em 2015, quando ela foi eleita a presidente do Global Board da Plant for the Planet – um espaço composto por 14 crianças e 14 jovens de todo o mundo que participam das tomadas de decisões da ONG.

“O que mais me motiva é ajudar as pessoas a também serem mais ativas e terem mais consciência”, conta Paulina que, se não bastasse todo o trabalho que já faz em Cancún e a presidência do Global Board da Plant for the Planet, ainda encontrou tempo para ajudar a criar a iniciativa Climate Strike, nela crianças e jovens também focam na pressão às lideranças locais e globais e aos governos para assumirem compromissos reais sobre as mudanças do clima.

Paulina acredita que trabalhar com crianças e jovens é uma maneira de se formar uma geração que vai promover as mudanças necessárias no mundo. Por isso ela segue de escola em escola, de plantio em plantio, inspirando e formando os futuros tomadores de decisões do mundo.

 

Este conteúdo faz parte do projeto “Ela é quente”, idealizado e cedido ao Believe.Earth pela jornalista e educadora ambiental Evelyn Araripe. O projeto narra histórias inspiradoras de mulheres, de diferentes partes do mundo, que estão engajadas em ajudar a enfrentar as mudanças climáticas.