Inovar não necessariamente é reinventar a roda, mas fazer o que precisa ser feito com o que se tem. E isso tá no cerne da Fa.vela, aceleradora mineira que nasceu no Morro do Papagaio (Centro-Sul de Belo Horizonte) e hoje estimula e capacita empreendedores em outras favelas de BH a partir das demandas e potências de cada território.

Porém, se a população sabe que garantir o básico já é um grande avanço, isso nem sempre é realidade na política institucional. “O sistema não é feito pra pró-atividade e pra resolução dos problemas. Se um vereador leva uma demanda hoje, vai ter que passar por tantas esferas e afins pra poder virar uma solução que eu tenho medo do sistema me engolir e me engessar”, aponta João Souza, um dos fundadores da Fa.vela, com a Tatiana Silva.

Tatiana Silva é uma das fundadoras da aceleradora mineira (Foto: Divulgação/Instituto Update)

Por outro lado, movimentos como Muitas, que em 2016 conseguiu eleger duas novas vereadoras na capital mineira sem grana e com muita mobilização, ajudam a oxigenar esses espaços e a mostrar mais uma vez que as dificuldades do cotidiano já indicam os caminhos a serem seguidos. “Inovação política são candidaturas autônomas para as favelas e periferias”, aponta João.